quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

falta de planejamento e o ocaso de um grande jogador

O Corinthians foi eliminado da (pré)libertadores. Essa é a notícia que domina as redes sociais, os portais e o twitter. O que não está sendo falado é que vilões óbvios à parte (Tite, Ronaldo, Sanchez, Roberto Carlos), o verdadeiro vilão do clube paulista foi a falta de planejamento para uma competição internacional atípica como a Libertadores. A competição sulamericana (com uma inexplicável participação mexicana por força das cotas de televisão) possui estádios acanhados, juízes que não entram no "cai-cai" típico dos atacantes brasileiros incensados pela mídia esportiva e um sistema que nem sempre privilegia a regularidade: o mata-mata. Bom, sabendo disso você temque dar palestras e preparar sua equipe para o desafio. O Corinthians fez isso em 2010 e não foi bem sucedido. Em 2011 simplesmente repetiu o MESMO planejamento do ano anterior: apostou tudo na mística de sua camisa (não sei se realmente tem, pois não há tradicão corinthiana na competição continental) e em um (ex?)craque outrora chamado Fenômeno. Bom, se não deu certo da primeira vez, por que daria certo da segunda? O grande problema dos clubes brasileiros é a falta de planejamento, ou quando algo dar certo, de corrigir quando a fórmula fica gasta. O SPFC, por exemplo, montou bons times gastando pouco, contratando jogadores em litígio com seus clubes (acho que tiraram um time inteiro do Goiás com isso, aos poucos) ou repatriando jogadores por empréstimos não tão altos. Contudo quando a fórmula se esgotou não soube contornar o problema e passou os anos de 2009 e 2010 sem ver títulos. Aliás, a questão Ronaldo merece maior atenção. Sou daqueles que o viu jogar quando surgiu no Cruzeiro ainda na menoridade, com dribles rápidos e grande domínio de bola. Sua principal característica sempre foi a explosão aliada à técnica. Bom, explosão não é mais possível. O problema é que isso não decorreu de uma idade avançada, mas sim de um total desleixo pessoal com sua condição de atleta. Aliás, quando ele diz que sua vida pessoal não é da conta de ninguém está certo, desde que isso não afete seus empregadores: dirigentes, sócios e torcedores do Corinthians. Se eu sair na balada e trabalhar bem no dia seguinte, meu chefe não está nem aí, Se isso prejudicar meu rendimento, ele irá chamar minha atenção com certeza! É a hora de pensar quando parar com dignidade. Zinedine Zidane encerrou a carreira em forma e jogando grande futebol (apesar do destempero da final da Copa de 2006). Ídolos deveriam ter a grandeza de reconhecer quando não tem mais condições de mostrar o talento que os permitiu a condição de idolatria. E os mortais torcedores não deveriam reprimir críticas com base na "história" pessoal do atleta.  A história é construída dia-a-dia. Nada apaga as conquistas, mas o que permanecena retina são os últimos capítulos de uma queda que podia ser evitada, pelo menos nesse caso. De qualquer forma, fica a lição para os demais clube do Brasil: sem planejamento, não se vence.

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